Nem eu, fã declarada de realities, estou aguentando esse BBB 11. Nos últimos dias, sequer tenho sintonizado no Multishow para assistir mais 20 minutinhos "de grátis", tamanha a chatice. Justamente por isso acabei vendo, dia desses, a reestréia daquele programinha Amor & Sexo, com a Fernanda Lima.
Confesso que só deixei a TV ligada porque um dos convidados era o Malvino gostoso Salvador. Aí fiquei curiosa quando anunciaram um quadro novo chamado Gayme. A brincadeira era a seguinte: três gays assumidos tinham que cumprir tarefas que valiam pontos. O vencedor ganhava um cruzeiro marítimo, com direito a acompanhante.
Imagino que pretendiam segurar o público gay do BBB para ampliar a audiência de um programa que, até então, só tratava de dilemas sexuais dos heteros. Em teoria, não seria má idéia. Mas a gincana colorida descambou para uma das coisas mais preconceituosas que já vi. A começar pelo apresentador, uma biba ensandecida chamada Maurício Branco, que abre o Gayme saindo do mar como aquelas antigas garotas do Fantástico.
A produção acertou na escolha dos candidatos: o músico Alberto, um negão de dreads, clone do seu Jorge, sem a menor pinta de gay; o pedagogo Diogo, um bonitinho de barba, com carinha de galã da novela das sete; e o dentista Charles, uma verdadeira moça, vencedora do Miss Brasil Gay. A diversidade dentro da diversidade. Uma boa e desperdiçada oportunidade de acabar com chavões, padrões , blá, blá, blá.
Prova 1: os caras tinham que chavecar uma mulher na beira da praia. O primeiro a conseguir o telefone da vítima seria o vencedor.
Prova 2: corrida de 50 metros , vestidos de drag queen, com direito a saltão, vestido coladinho e peruca
Prova 3: se passar por bofe numa mesa de bar, para enganar um garçom gay
Prova 4: trocar um pneu
Prova 5: de olhos vendados, com uma mão só, abrir o sutiã de uma gostosona
Em resumo, os três foram tratados como bichas loucas, incapazes de cumprir "tarefas" tipicamente masculinas. Engraçado? sim, para a audiência hetero. Os gays devem ter achado aquilo humilhante, cruel, banal. Lamentável. Se o programa se propõe a falar sobre sexualidade e relacionamentos, não entendi a moral da história.
PS: a propósito, venceu o galã barbudinho. Disse que levaria a mãe como acompanhante no tal cruzeiro e foi levado do palco nos ombros de marujos fortões.
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