domingo, 6 de novembro de 2011

Meus inseparáveis moleskines

Como legítima aquariana, adoro uma novidade! Tenho um moleskine na cabeceira e outro na bolsa, anoto tudo o que leio, escuto, vejo por aí. Um creminho milagroso, o esmalte da vez, um livro ou filme imperdível, um blog descolado, o drink do momento, o endereço de um brechó chique em Paris ou do bar da moda em Nova Iorque. ADORO!
Sempre que posso (que o bolso permite, para ser mais exata), vou atrás das dicas anotadas nos meus moleskines. Esses tempos li sobre dois produtinhos sensacionais para dar volume ao cabelo – uma pomada em pó e um spray que imita a água do mar. Fucei na “internê” até achar e só sosseguei quando os dois chegaram na minha caixa de correio. Depois foi o tal óleo de Argan. Paguei 50 dólares pelo bichinho e ainda não aprendi a usar... já tentei com o cabelo molhado, úmido e seco e a juba sempre fica uma meleca, que dó!
Pois agora caí no truque do óleo de coco. Semana passada o Globo Repórter falou maravilhas do produto: ajuda a emagrecer e ainda faz bem para a pele, para o cabelo, para o intestino... praticamente um elixir da beleza! Claaaaaaro que fui atrás no dia seguinte. Encontrei também em cápsulas, mas o Sérgio Chapelin recomendava o óleo! Melhor seguir à risca. Comprei. E aí começou o meu drama. Qual a maneira correta – e menos ruim – de consumir o tal óleo mágico?
A matéria recomendava usar para temperar saladas e refogar legumes. Bem que tentei, mas ficou tudo com sabor Bahia. Daí experimentei tomar uma colher antes de cada refeição. Éca, vontade de chamar o Hugo. A terceira dica era deixar abaixo de 25 graus, para o negócio solidificar e virar doce de coco. Boa idéia! Deixei na geladeira e ficou pior ainda (sabe banha que se usava para cozinhar?).
Botei o vidro no micro e virou líquido outra vez. Então tentei misturar com Ades sabor frapê de coco (pensei: vai ficar igualzinho a uma batidinha, delícia!). Só que a loira aqui não contava que o óleo ia virar pedra em contato com o leite de soja! Colou na colher, no fundo do copo, uma cáca.
Mas sou brasileira, não desisto nunca! Hoje testei uma nova fórmula. Enfiei uma colherada goela abaixo e, em seguida, tomei de gut gut um copo do frapê de coco. Até que deu para enganar, vamos ver até quando aguento... Se conseguir consumir o vidro todo, prometo que depois conto se é milagroso mesmo! Enquanto isso, aceito novas dicas... os moleskines estão na mão!
PS: Li no Caderno 2 do Estadão sobre o novo livro do Zafón e já virou a Leitura da Laje, olha ele aí do lado

domingo, 30 de outubro de 2011

Date ou cilada?

Tava aqui assistindo o repeteco do Saia Justa e lembrando de capítulos hilários da minha vida pregressa. Em pauta, dates. Blind dates, first dates... Esses encontros deveriam se chamar roubada dates, isso sim!
O tal encontro às escuras em geral é intermediado por um amigo com síndrome de cupido (é impressionante como as pessoas não podem ver ninguém solteiro que entram em campo). Tudo bem, sei que é com a melhor das intenções... mas é sempre com aquele conhecido bonzinho e introspectivo, com o irmão traumatizado porque recém levou um pé na bunda, com o primo mulherengo incorrigível, com o colega de trabalho viúvo e deprimido... NUNCA é com alguém normal, já reparou?
Uma vez uma amiga encasquetou de me apresentar um cara "super gente boa, advogado e ex-modelo, papo bom, tudo a ver contigo”. Aham. Agradeci e despistei. Convencida de que o tal cara era minha alma gêmea, a guria passou meu telefone prá ele (isso foi há mil anos, na era pré Orkut, Facebook e etc).
Um belo dia o tipo me ligou (eu morava em São Paulo e ele, no interior). E não é que o papo era bom mesmo! O cara parecia inteligente, divertido... senso de humor é tudo! Ele ligou outra vez, e depois outra vez, e mais outra, e começou a mandar mensagens bem-humoradas. Tenho que admitir que nunca tinha visto nem uma foto dele, mas estava beeeem interessada. Até que o cara resolveu ir para Sampa...
Como era amigo da minha amiga - e já tinha virado meu amigo de infância também -, não vi mal algum em hospedar lá em casa. No dia seguinte ele apitou na campainha. Abri a porta e minha vontade foi dizer: desculpa, foi engano, tututututu. O ex-modelo estava uns 15 quilos acima do peso e vestia camisa amarela e botas de cowboy! HELLOOOOOOOO!
Nem precisaria dizer que o final de semana foi um desastre. A criatura percebeu minha decepção e se transformou num verdadeiro ogro. Depois, ficou meses me ligando, mandando mensagens, passando recados desaforados pela minha amiga... psico total. Nunca mais caí no conto do blind date!
Alguns anos depois, já na era das redes sociais, recebi um convite de amizade de um cara que tinha amigos em comum comigo em Porto Alegre e em São Paulo. Passamos a bater papo e, depois de algumas semanas, marcamos o first date.
Aqui, um parêntese. Primeiro encontro é muuuuuito saia justa mesmo. A gente nunca sabe o que vestir (como encontrar aquele meio termo entre a piriguete e a puritana?), quanto de perfume usar (se o cara for alérgico?), onde ir (por que teimam em perguntar o que queremos comer?), sobre o que conversar (se a gente torcer para times adversários?)...
Voltando ao first date com o gaúcho perdido em Sumpaulo, era inverno e apostei num visual cool despretencioso: jeans, regatinha básica, um casaqueto de veludo e um cachecol suuuuuuuper charmoso. Desci do prédio trabalhada no salto e já dei o primeiro fora - o cara era baixinho. Mas era bem gatinho, abstraí.
Entramos no carro e... TERROR E PÂNICO. O cachecol ficou preso na porta. Mais especificamente, enroscado no trinco. E a maldita da porta não abria nem fechava! O cara tentava abrir por fora e eu, quase enforcada, empurrava por dentro com meu saltão. Claro que tive um ataque de riso. No final, a peça-chave do meu look ficou desfiada e cheia de graxa, minha maquiagem derretida, a cabeleira desmontada... todaerradapontocom.
O fato é que o episódio quebrou o gelo do fadítico first date, rendeu muitas risadas e a noite foi ótima. Não teve um segundo date, mas somos amigos até hoje! Moral da história? cupido não precisa de assistente. Fica a dica

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Hoje é Dia das Crianças, bebê

Que dilícia esse domingão bem no meio da semana! Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira das terras tupiniquins. Assimilei a data somente há uns 10 anos. Fiz até peregrinação/indiada a Aparecida do norte, pagando promessa antecipada (até hoje não fui atendida)... Mas isso é uma ooooutra história.
O fato é que sempre pensei que 12 de outubro fosse feriado porque é Dia das Crianças, hehehe. Não sei se é pelo dia chuvoso (no país todo), mas hoje bateu uma nostalgia nos amigos do FB, perceberam? O povo começou a postar fotinhos de quando era pequeno (inclusive euzinha, confere lá) e lembrar de guloseimas, brincadeiras e travessuras da infância. Eu também mergulhei nesse túnel do tempo (tem até um bolo de chocolate assando no forno). Lembrei de coisas do arco da velha!!!!! Criança tem cada uma...
Eu era suuuuuper tímida, envergonhadíssima! Tinha vergonha até de falar com o picoloeseiro! Preferia ficar sem picolé a ter que encarar um estranho, kkkkk. Talvez justamente para me ajudar a quebrar essas barreiras, meus pais deixaram que a Elke Maravilha (sim, ela mesma, Paulo e Helô foram padrinhos do primeiro casamento dela, mas isso também é uma oooooutra história) me levasse para fazer umas fotos na extinta Editora Bloch. Resumo da ópera: com dois aninhos, virei capa de caderno. Ficamos sabendo por acaso, tempos depois, quando meu pai viu o tal caderno numa banca da Melhoramentos na Bienal do Livro de São Paulo.
Na primeira série, via minha cara (e cabeleira) estampada nos cadernos dos coleguinhas de colégio e morria de vergonha. Pior é que não acreditavam que era eu... Àquela altura eu já usava óculos fundo de garrafa, cabelo pudim e modelito cacharrel com boca de sino. Que tristeza o visual anos 70! Com o passar dos anos, meu caderno virou brinde do sabão em pó Rinso, olha o micooooooooooo.
Voltando ao túnel do tempo, algumas brincadeiras são inesquecíveis. Eu era campeã de cinco marias (vó Hilda fazia os saquinhos de arroz). E fazia coleções de etiquetas e de papel de carta decorado. Meus tios, espalhados pelo mundo, me traziam papéis lindíssmos e exclusivos. Só que eu queria ser amiga de todo mundo e não sabia dizer não... acabava trocando aquelas maravilhas importadas por outros papéis chinfrins. Que dó!
Lembram daquela brincadeira de assistir seriados e dizer “eu sou a ...” ? A Deda, irmã mais velha da minha fiel escudeira Carla Marques, era mais rápida e sempre escolhia ser a mais bonita. Ela era a Gil das Panteras! Tudo bem, quem tinha aquele cabelo da Farrah Fawcett era eu. Além disso, eu preferia mesmo a Kelly, a pantera morena (Freud explica).
Eu também queria ser a mulher biônica e era apaixonada pelo Ciborg, o homem de seis milhões de dólares (Lee Majors era o nome do ator, será que ele ainda vive?)... Sonhava em ter um laço dourado da verdade, como a Mulher Maravilha, e vestir o modelito fashion/ romano da poderosa Irís. E morria de medo do coitado do incrível Hulk. Criança é mesmo muito engraçada...
No capítulo guloseimas da infância, é até difícil eleger as preferências. Bala azedinha, goma americana da Neugebauer, peixinho de açúcar, Banda, Bibs na caixinha de papelão (sempre amolecia o fundo e caia tudo no chão do cinema). Tinha também o sonho de creme da lanchonete do colégio, o prensado, a pastelina... e aquelas casquinhas esfarelentas e deliciosas, que no Cerrado e em SP chamam de Biju! Ficava com água na boca só de escutar aquele tectectec anunciando a aproximação do vendedor. A mãe não gostava que a gente comesse aquilo, dizia que era sujo e tal. Mas como era bom! O melhor de ser criança é comer tudo isso sem a menor culpa!
Tenho que confessar que às vezes me permito voltar à infância. Quando tem BBB, dia de paredão vira dia de criança. Chamo os amigos e faço bolo, cachorro-quente, brigadeiro de colher... Como minha TV fica no quarto, vai todo mundo para cima da minha King Size, me sinto criança de novo... E como hoje é oficialmente Dia das Crianças, deixa eu ir lá me jogar no meu bolo de chocolate sem culpa! O cheirinho está uma dilícia!

domingo, 18 de setembro de 2011

E o mico da semana vai para...

Desde domingo passado eu estava querendo comentar o Miss Universo 2011. Para comemorar os 60 anos do concurso, Donald Trump desembarcou no Brasil com suas 89 beldades. Depois de alguns dias passeando em terras tupiniquins, a apoteose aconteceu em São Paulo. 

Com transmissão para 200 países, a escolha da mulher mais bela do planeta prometia divulgar o Brasil para um público estimado de dois bilhões de espectadores. Bacana. Para compensar a falta de borogodó da nossa representante Priscila Machado, foram feitas duas escalações de peso: a axezeira Cláudia Leitte e a demi-brasileira toda bossa-nova Bebel Gilberto. O que ninguém imaginava é que as atrações brazucas cantariam em inglês!  

Tive pesadelos a semana inteira com a Claudia Leitte vestida de galinha de despacho, cantando e dançando a música inédita Locomotion Batucada – antes tivesse continuado inédita! A baiana parecia uma autêntica cruza de Beyoncé com Painho. Vergonha alheia.


Quando eu achava que não podia piorar, apareceu a sobrinha do Chico Buarque vestida com um tubinho de paetês cantando Close Your Eyes a la Cabaret, enquanto as misses exibiam seus não menos cafonas trajes de gala. Caracoles, o que será que nos espera na Copa 2014 e nas Olimpíadas 2016? Vão botar o Luan Santana cantando She is Carioca, que medaaaaaaa!

Não posso deixar de registrar o “talento” da nossa miss, estudante de jornalismo e namorada do aprendiz de André Marques. Além de branquela e magriça, a moça adotou um penteado antiguinho e desfilou com um longo piriguete amarelo de chorar no cantinho. Não fosse o concurso na pataxolândia, a gaúcha de Canoas nunca chegaria na final... 

Montada e travada, a Miss Brasil deu seu golpe fatal quando respondeu à pergunta do piloto Hélio Castroneves: O que você faria para evitar uma guerra que você não concorda com ela? (a tradução da pergunta doeu nos ouvidos) “Antes de mais nada, ia explicar às pessoas que a principal qualidade do ser humano é o respeito. Qualquer guerra é baseada na falta de respeito, de educação e de humanidade. Como ser humano, devo respeitar o outro ser humano", sentenciou, em gauchês, a futura colega de profissão. Meldels, mais vergonha alheia.

A noite de domingo terminou com a vitória da belíssima angolana Leila Lopes, numa final politicamente mais que correta: uma africana, duas asiáticas, uma latina e uma européia. Todas morenas, que meu protesto fique registrado nos autos (e a cota para loiras??????)

O assunto, no entanto, ainda rendeu o grande mico da semana. Ao comentar a vitória da angolana, a apresentadora Claudete Troiano, do Manhã Gazeta, mandou um beijo para a atriz brasileira homônima da Miss Universo (e que se suicidou há dois anos).

"Um beijo pra você Leila Lopes. Por onde será que anda a Leila Lopes, a atriz?", disse a louca. Imediatamente, o colega de bancada Marcelo Bandeira falou “Ela faleceu". Claudete tentou consertar e ficou pior a emenda que o soneto: "É mesmo? Não fiquei nem sabendo". Vergonha alheia em grau máximo. Vade retro, Donald Trump!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Os grilhões que nos forjava...

Perdi a esquadrilha da fumaça...Todo ano assisto de camarote ao showzinho dos militares camicase (a laje proporciona uma visão privilegiada do espetáculo que acontece na Esplanada no Dia da Independência). Hoje dormi demais, que pena...

Para mim, 7 de setembro sempre foi sinônimo de festa. Quando era criança, em Porto Alegre, lembro que a cidade parava para ver a marcha (estamos falando dos anos 70, em plena ditadura militar). Eu estudava em colégio de padres, tinha folga nesse dia. Pensa que eu achava isso bom? Eu tinha era inveja das minhas irmãs, que estudavam em escola pública e eram obrigadas a participar da Parada da Independência. 

A Dadá, tadinha, era mais uma soldadinha naquele exército de crianças. Mas a Mirela, ah, a Mirela era baliza! Ela tinha uma roupa especial, linda de morrer, com direito a chapéu e polainas brancas!!!!! (pensando bem, as paquitas usavam o mesmo uniforme nos anos 80...). Pois a Mirela desfilava maravilhosa em frente à banda, coreografia ensaiadíssima, com direito a piruetas e estrelinhas – era, bem dizer, a madrinha da bateria!!!!!

Eu sequer sabia o Hino Nacional de cor (até hoje não sei), que dirá o Hino da Independência: "Os grilhões que nos forjava, da perfídia astuto ardil..." (alguém me explica essa letra, plisssssssssssssssss). Mas como eu adorava aquela função toda! Acho que é por isso que também adoro me pendurar na laje para acompanhar cada pirueta da esquadrilha da fumaça. Sabor de infância... Este ano eu perdi, que peninha. Vou buscar sabor de infância num pacote de jujuba. Fui! 

domingo, 28 de agosto de 2011

Pobres Irenes

Eu é que não queria me chamar Irene. O nome virou sinônimo de ameaça, terror e pânico na Costa Leste dos Estados Unidos - o que inclui os privilegiados habitantes da Big Apple. Irene caiu na boca do povo.
 
Nos útlimos dias foi um tal de Irene tá chegando, Irene vai desvastar NY, Irene promete tragédia... Fiquei realmente com dó das Irenes. E  com uma pulga atrás da orelha: por que esses  furacões, tufões, tempestades tropicais e outros temidos fenômenos da natureza têm nome de gente? Quem escolhe? Qual o critério? E se amanhã ou depois batizarem um tsunami assassino de Mylena? Vou precisar de pelo menos 10 anos de terapia!

Não sosseguei e fui atrás do tio Google para saber quem será o réu da minha ação de indenização por danos morais e materiais caso um dia eu vire nome de tragédia.  E descobri coisas bizarras:

No passado, os furacões e cia eram batizados com o nome do santo do dia em que atingiam a terra. Dá para entender? Será que era castigo porque o santo estava distraído? Que sacanagem!

Rola também uma história de que no começo do século 20 um meteorologista australiano começou a batizar esses fenômenos com nomes de políticos que detestava (essa é boa, vai!) Já os meteorologistas militares americanos preferiam nomes de "amigas" ou "conhecidas". Seria uma homenagem esdrúxula às amantes, moçoilas devastadoras de lares?  Só em 1979 foi utilizado, pela primeira vez, um nome masculino para um furacão.

Hoje, quem batiza esses fenômenos é um comitê da Organização Meteorológica Mundial – sim, eles serão os réus naquela minha ação de indenização, bingo! Mas...  Peraí!  Há listas previamente definidas! São seis listas com 21 nomes, de A a W, para a bacia do Atlântico e seis com 23 nomes, de A a Z, para a do Pacífico Norte-oriental (a costa americana). 

Olha só quem está lá: Rita, Alberto, Ernesto, Oscar, Norma, Selma, Carlota, Daniel, Fábio, Ofélia, Rosa , Sérgio, Miriam, Yolanda.  NÃO TEM MYLENA! E agora, será que isso é bom ou ruim? O que esse comitê tem contra o meu nome? Vou precisar daqueles 10 anos de terapia para superar tamanha rejeição!!!!  Pelo menos já sei para quem mandar a conta...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Amor e Sexo?

Nem eu, fã declarada de realities, estou aguentando esse BBB 11. Nos últimos dias, sequer tenho sintonizado no Multishow para assistir mais 20 minutinhos "de grátis", tamanha a chatice. Justamente por isso acabei vendo, dia desses, a reestréia daquele programinha Amor & Sexo, com a Fernanda Lima.

Confesso que só deixei a TV ligada porque um dos convidados era o Malvino gostoso Salvador. Aí fiquei curiosa quando anunciaram um quadro novo chamado Gayme. A brincadeira era a seguinte: três gays assumidos tinham que cumprir tarefas que valiam pontos. O vencedor ganhava um cruzeiro marítimo, com direito a acompanhante.

Imagino que pretendiam segurar o público gay do BBB para ampliar a audiência de um programa que, até então, só tratava de dilemas sexuais dos heteros. Em teoria, não seria má idéia. Mas a gincana colorida descambou para uma das coisas mais preconceituosas que já vi. A começar pelo apresentador, uma biba ensandecida chamada Maurício Branco, que abre o Gayme saindo do mar como aquelas antigas garotas do Fantástico.

A produção acertou na escolha dos candidatos: o músico Alberto, um negão de dreads,  clone do seu Jorge, sem a menor pinta de gay; o pedagogo Diogo, um bonitinho de barba, com carinha de galã da novela das sete; e o dentista Charles, uma verdadeira moça, vencedora do Miss Brasil Gay. A diversidade dentro da diversidade. Uma boa e desperdiçada oportunidade de acabar com chavões, padrões , blá, blá, blá.


Prova 1: os caras tinham que chavecar uma mulher na beira da praia. O primeiro a conseguir o telefone da vítima seria o vencedor.
Prova 2: corrida de 50 metros, vestidos de drag queen, com direito a saltão, vestido coladinho e peruca
Prova 3: se passar por bofe numa mesa de bar, para enganar um garçom gay
Prova 4: trocar um pneu
Prova 5: de olhos vendados, com uma mão só, abrir o sutiã de uma gostosona

Em resumo, os três foram tratados como bichas loucas, incapazes de cumprir "tarefas" tipicamente masculinas. Engraçado? sim, para a audiência hetero. Os gays devem ter achado aquilo humilhante, cruel, banal. Lamentável. Se o programa se propõe a falar sobre sexualidade e relacionamentos, não entendi a moral da história. 

PS: a propósito, venceu o galã barbudinho. Disse que levaria a mãe como acompanhante no tal cruzeiro e foi levado do palco nos ombros de marujos fortões.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Mulheres no poder - galeria

Temer, Dilma quadrada, Lula e Dona Marisa com sua bolsinha

Dilma e a filha Paula
Marcella, 40 anos mais jovem que o marido Michel Temer

Desfile de ministras:

Helena Chagas

Izabela Teixeira

Iriny Lopes

Tereza Campelo

Luiza Helena Bairros

Miriam Belchior
Ideli Salvatti

Mulheres no poder

Primeiro de janeiro de 2011. Dia histórico. Toma posse a primeira presidenta do Brasil. A seu lado, nove ministras - e algumas primeiras-damas. Com tanta “matéria-prima”, não resisto a um momento mulherzinha! Preciso comentar os modelitos, makes e penteados do poder feminino. Salvo raras exceções, os looks foram lamentáveis.

A protagonista estava classuda, mas... Regra básica: com 30 quilos acima do peso, não dá para vestir branco. Punto e Basta. O casaquinho também não favoreceu em nada a silhueta da nossa presidenta. Era volumoso demais, comprido demais, largo demais. Dilma estava simplesmente quadrada, que dó. O sapato branco e a gargantilha esturricada também não ajudaram.

Ok,  não se poderia esperar nada de ousado. Dilma é convencional. Mas, por que não, um vestido sequinho, de cor escura e meia manga, e um clássico colar de pérolas? Quem salvou a pátria foi o japa Celso Kamura. Maquiagem e cabelo impecáveis, não se pode negar.

Paula, a filha da presidenta – que desfilou ao seu lado no Rolls Royce - também não foi feliz no look.  Cabelinho armado e roupitcha de madrinha de casamento, com direito a bolerinho arrematado por uma flor. Parecia até uma prima distante da família real inglesa...

Sensação do twitter, Marcella,a esposa do vice Michel Temer, estava completamente inadequada. Ao melhor estilo ninfa - com uma trança lateral, saia justíssima e blusa bufante caída no ombro - tornou ainda mais gritante a diferença de mais de 40 anos que tem do maridão (e olha que o Temer reforçou beeeeem o botox para subir a rampa do Planalto).

Falando em botox, a campeã do Planalto Central é Dona Marisa Letícia. Se não enxugasse os olhos na hora da cerimônia, nem daria para perceber que estava emocionada. Tá tão repuxada que dorme e acorda com a mesma cara (mix de Marta Suplicy, Hebe Camargo e Ana Maria Braga). E para que aquela bolsinha debaixo do braço???? Para entregar a chave do Alvorada para a Dilma?? Que diferença do visual elegante de oito anos atrás, quando Lula assumiu seu primeiro mandato...

Mas o show de horrores ficou mesmo por conta das novas ministras. Primeiro, devo ser justa. Maria do Rosário estava super discreta e elegante num tubinho nude com mini-manguinhas estruturadas (não achei uma fotinho sequer para postar aqui, infelizmente) -  adequadíssima à ocasião e ao cargo que vai ocupar, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos.

Menos discreta mas igualmente adequada estava a nova ministra da Cultura e irmã do Chico blue eyes Buarque, Ana Buarque de Holanda, num modelito azul acinzentado, chique e moderno. Mas o que era aquele uniforme de gari da ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira? Por que aquele camisão laranja, alguém pode me dizer? (nem vou comentar a saia florida).

No extremo oposto, estavam os modelitos de renda. Iriny Lopes, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, adotou casaqueto de renda vermelho sobre vestido branco. Tereza Campelo (ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome), investiu no rendado preto e vermelho, com casaci de veludo!! E Luiza Helena de Bairros (ministra chefe da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial) optou pela renda clara ao melhor estilo vovó/ brechó. Posse não é casamento, hellooooo.

Em frente, A nova ministra=chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, usou tubinho claro, correto em teoria. Só em teoria. Deveria ter optado por uma manguinha – ombro de fora nesse tipo de cerimônia não pega bem meeeesmo, ainda mais para quem já passou dos 40 faz tempo. Pecou também no decote bobo, que deixava parte das costas à mostra. 

Por fim, nada chiiiques, mas corretas, Miriam Belchior (ministra do Planejamento) e Ideli Salvatti (ministra da Pesca), ambas com modelitos debruados – a primeira de preto com debrum branco e, a segunda, com o oposto. 

Me pergunto onde estavam o cerimonial, as personal stylists, as consultoras de imagem, afinal? Glória Kalil teria bastante trabalho nesta Brasília!