Peluquerías com final feliz

Moro há alguns anos em Brasília e ainda me surpreendo com a quantidade de cabeleireiros por metro quadrado. No Plano Piloto, são pelo menos seis por quadra (na minha, são nove).  Beleza em Stylus, Rayon, Evollution, Gran Belle… quanta criatividade!

Às sete da manhã  os secadores já estão a milhão – ôooo gente que gosta de espichar o cabelo! E pensa que é só chegar? Negativo. Se não marcar antes, é impossível conseguir algum horário (a vantagem é que, com essa concorrência, os preços são óootemos).

De uns três anos para cá, reparei a mesma proliferação de salõezinhos de bairro em Barcelona, na Espanha. Chineses tentando a vida na Europa, me explicou Mirela, que mora lá há 11 anos. Primeiro abriram lojinhas de sapatos e malas, depois compraram bares e restaurantes... Por fim, invadiram o segmento da “beleza” oferecendo manicure, corte, alisamento e até tratamentos estéticos. Tudo ao alcance do bolso dos comuns mortais, em cada esquina da cidade de Gaudí.

Fazer pé e mão fora do Brasil é inviável. Na Espanha, custa no mínimo 25 euros e as manicures são um desastre... Pois nas peluquerías chinas, o preço é 15 euros - e descobri, depois de três viagens de trabalho à China, que as asiáticas são bem habilidosas com o alicate. A chegada das chinesas à Europa significava, portanto, uma revolução!

Dia desses, Mirela, que veio passar duas semanas no Brasil, comentou que não fazia pé e mão há séculos. Estranhei. Que pasó com as chinesinhas? Qual não foi minha surpresa com a resposta. Las chicas eram "massagistas"... E vários salões foram fechados pela prefeitura porque tratavam-se, na verdade, de peluquerías com final feliz.  Qué lástima!

Pequim: manicures atendem até mesmo de pé, em balcões, nos centros comerciais! Serviço bom e barato

 

Barcelona: Peluquerías (perruquerías em catalão) com final feliz