terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pequim 2008 - Final: Foi lindo

24 de agosto de 2008
Foram 100 anos de espera, sete anos de exaustivos preparativos, 17 dias de celebração. Tudo para dizer ao mundo: "Não tenham medo de nós, não somos um gigante primitivo, culpado por todos os males. Somos desenvolvidos, civilizados, modernos e podemos ser tão cosmopolitas quanto qualquer capital do planeta."

Para isso, a China atraiu grandes arquitetos do mundo todo, permitiu que milhares de camponeses, antes proibidos de migrar, emprestassem sua força de trabalho aos canteiros de obras nas grandes cidades, espalhou gruas por todos os lados. Substituiu carros velhos por novos, modernizou o sistema de transporte coletivo urbano. Mobilizou a população. Aulas de inglês, de torcida, de ocidentalização.


Ok. Antes da festa começar mandaram os camponeses de volta para casa, esconderam as obras com belos painéis multicoloridos, camuflaram cortiços, fecharam casas de massagem, encheram as ruas de policiais. Mas, afinal, quem não faria o mesmo? Qual grande cidade – até mesmo de primeiro mundo - não tem esses mesmos problemas?  

Disneylândia, dizem alguns. Aí vai uma dose de má vontade. Tudo o que vimos aqui é de verdade. Pequim é uma cidade cosmopolita, como poucas no mundo. Tudo bem, Pequim não é a China, mas é uma amostra do que esse país pode fazer, se quiser. 
Digam o que quiserem. Foi lindo. Pelo menos para aqueles que estiveram em Pequim, é impossível não ir embora com a certeza de que o gigante, realmente, caminha a passos largos. Mas a mensagem para o resto do planeta pode ter saído pela culatra. O mundo viu de perto que tem razões, sim, para ter medo da China. Melhor não duvidar das previsões de que, em 2040, o país roubará dos Estados Unidos o posto de maior economia mundial e será o centro do mundo.

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